quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Animal é animal

Semana passada estava conversando com 2 colegas de trabalho e o primeiro disse que quando criança seu pai criava muitos pássaros e ele sempre que tinha uma oportunidade soltava os pobrezinhos até o dia em que ele viu o pássaro ser devorado por um felino assim que se soltou da gaiola. Ele ficou chocado com a fragilidade do pássaro depois de tanto tempo em cativeiro. O segundo colega explicou que alguns animais depois de viverem muito tempo presos e recebendo comida sem ter que caçar, acaba perdendo alguns instintos. Na mesma hora eu questionei: alguns animais??? Todos, até os mais ferozes se ficarem recebendo comida na boca e não puderem manifestar seus instintos vão ficando bobos, sem malícia, sem ação.
Essa conversa ficou de certa forma martelando na minha cabeça, pois até o ser humano quando é domado passa a ser presa fácil pra qualquer um com um pouco mais de instinto. O ser humano tornou-se um ser acomodado com o que lhe é dado, e o pior, acomodado, domado e conformado com as esmolas que recebe.
Hoje tem bolsa escola, bolsa família, bolsa gás, bolsa de caguru, é tanto tipo de bolsa que tem gente que pára de trabalhar pra ficar só mamando. Mas se os detentores do poder não fazem outra coisa senão mamar e mamar nas tetas do dinheiro do povo, porque não eu???
Cheguei a conclusão de que o ser humano se tornou um ser culturalmente corrupto. E isso não é prerrogativa de brasileiro não, porque se fosse, o mundo não estaria nessa situação patética de total abandono. O homem perdeu seu senso instintivo e passou simplesmente a esperar que a comida venha na boca ou que seu dono lhe afague a cabeça, não importa o quanto isso lhe custe a curto, médio ou longo prazo.
Agora a gente quer aquilo que é fácil, que não necessita esforço. Enquanto muitas pessoas tem que plantar o que vão consumir, os seres urbanos colhem seu alimento em grandes supermercados, procurando as promoções, e comendo porcarias que podem muito bem ter tido remarcadas suas datas de validade.
Por fim, fiquei pensando como é feita a ressocialização de um animal que viveu toda a vida num cativeiro... Será que ainda é possível fazê-lo acordar dessa cegueira instintiva? Ou será melhor adestrá-lo novamente?
Só sei que alguns ditos populares refletem tão bem a nossa realidade, e mesmo sendo repetidos com frequência, as pessoas não refletem sobre o que representam: O que vem fácil, vai fácil.

Campanha da Fraternidade 2010

Apesar de não ser católica e pouco simpatizar com a religião, vejo muita coerência na campanha da fraternidade 2010 e acho que merece comentário. A começar pelo título, "economia e vida", acredito que algumas lideranças estejam começando a encontrar um caminho, apesar de que eu mudaria para "vida e economia", pois a vida tem mais importância que um sistema econômico. Até porque não haveria sistema econômico se não houvessem pessoas pra impulsioná-lo.
Acho que demorou pra uma entidade de milhares de anos que se diz religiosa tomar partido frente à desvalorização total do ser humano frente a questões de cunho econômico. Mas é compreensível pra quem conhece o mínimo da história da igreja católica apostólica romana, mas esse já é outro assunto (bastante extenso por sinal) e fica pra outra hora.
O caso é que a entidade adotou uma postura mais humana, de tentar promover uma revalorização da vida neste planeta em detrimento ao consumo excessico e burro. O planeta é a casa de todos nós e se pudéssemos viver de forma equilibrada talvez não estivéssemos presenciando a ira da natureza contra a humanidade.
Fato é que a ostentação, a cobiça, o egoísmo sempre foram condenados pela religião, mas passaram a ser moda durante o último século. O consumo que nasceu da necessidade de levantar um sistema econômico falido já em 1929 virou uma maneira de fazer as pessoas de miolo mole e carteira cheia mais felizes. O problema é que hoje em dia as pessoas de carteira cheia além de ter o miolo mole não possuem qualquer escrúpulo e fazem da manipulação de pessoas simples escada pra subir numa vida vazia, individualizada e sem qualquer objetivo.
O consumo de forma consciente, além de ser uma questão espiritualista, do resgate das verdadeiras necessidades do ser humano também é uma questão se sobrevivência da espécie, pois o planeta está dando seus últimos suspiros.
Faço votos sinceros de que os católicos possam voltar a crer na instituição e os que ainda trabalham na evangelização tenham novo ânimo para levar essa mensagem tão importante.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ahhh o carnaval...

Tá chegando o carnaval, época em que os brasileiros se acabam no frevo, no samba ou no axé. Se acabam também no álcool, nas drogas e no sexo descompromissado. O brasileiro ultimamente não tem se importado com nada que de fato tenha importância. Prova disso é a crise política no DF: nada caminhou nas investigações ou nas votações da Câmara Legislativa e o escândalo começou em novembro do ano passado. Já chegamos no carnaval e a única preocupação dos brasilienses é curtir a folia, e de preferência longe de Brasília.
Na Câmara Legislativa, é difícil definir uma comissão pra analisar os pedidos de impechment do Governador, pois os ilustres deputados estão quase que todos metidos até o pescoço na lama da política do DF. Tem gente até entregando cargo do executivo pra voltar pra Câmara e votar a favor do seu amigo (ou algoz). Nao vou dizer que este é o atual secretário de estado Paulo Roriz que tá jogando pra cima todos os programas que vem desenvolvendo com veemência eleitoral para partir na defesa de seu amigo (ou algoz).
Descobri essa semana que pra ser demitido bom mesmo é falar a verdade, tipo o que aconteceu com o jornalista Alexandre Garcia. O problema é que se continuar assim, o Arruda nunca vai ser demitido, porque verdade é uma palavra que ele esqueceu o que significa. Me lembra até o Lula falando que não tá fazendo campanha pra Dilma, mas esse já é outro papo...